Os líderes juvenis
da Guiné-Bissau esperam que o país "mude para melhor" a partir das
eleições gerais de 13 de abril e que o povo saiba eleger os dirigentes
"mais capacitados".
Dito Max,
presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Osvaldo Nanque, líder da
Rede Nacional das Associações Juvenis (Renaj) e Silvino Mendonça, secretário
executivo do Fórum da Juventude e População, defendem, em declarações à Lusa, que
as eleições "constituem mais uma oportunidade" para o país.
Estudante da
Faculdade de Direito de Bissau, Osvaldo Nanque é da opinião que os eleitores
deviam aproveitar antes as eleições para "indagarem de forma séria"
os candidatos e partidos sobre as suas propostas para mudar o país "como
dizem".
"É preciso
saber primeiro o que é que [os políticos] pensam fazer para tirar o país do
marasmo em que se encontra", defendeu o presidente da Renaj, no que é
seguido também por outros responsáveis juvenis.
Por seu lado,
Silvino Mendonça destaca que o problema "está em saber escolher"
dirigentesque vão interpretar a mudança necessária.
Diz ser fundamental
evitar "os erros do passado" em que, enfatiza, o povo "elegeu às
cegas".
"Já tivemos
muitas eleições, mas sempre passamos por momentos dececionantes", observou
o líder do Fórum da Juventude e População - plataforma juvenil que trabalha na
áreas da saúde reprodutiva e doenças sexualmente transmissíveis e cujas ações
são financiadas pelo FNUAP (Fundo das Nações Unidas para a População).
Para Dito Max, do
CNJ "mais uma vez" o povo "tem nas mãos o poder" para
decidir o seu futuro que, disse, deve passar pela erradicação "da
instabilidade que muitos dizem ser já crónica" na Guiné-Bissau, frisou.
"Se
escolhermos pessoas capazes no dia 13 de abril vamos poder fazer uma rutura
total com o passado", afirmou Max, salientando que o passado da
Guiné-Bissau constitui já "uma vergonha" quando o país tem gente
capaz e recursos para promover a mudança.
Ter um país
"respeitado e que se dá ao respeito", não só a nível sub-regional do
continente africano, mas no mundo, seria muito bom para Dito Max, mas para
Silvino Mendonça, se o povo elegesse governantes capazes de promover reformas
no sistema educativo "já valeria a pena".
Para Osvaldo Nanque
a votação de 13 de abril só fará sentido se daí resultar um Governo que coloque
o combate à pobreza no centro das prioridades.
No entanto, os três
líderes criticam a atitude dos jovens na campanha eleitoral, salientando que,
ao invés de questionarem os candidatos a governantes sobre as suas verdadeiras
estratégias, passam o tempo a animar as ações das candidaturas.
"Os jovens
deviam reivindicar mais e provocar a mudança, mas na verdade acabam por aderir
ou apoiar às candidaturas sem reivindicar nada", conclui Silvino Mendonça.
As eleições gerais
(presidenciais e legislativas) na Guiné-Bissau estão marcadas para 13 de abril
com 13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrer à Assembleia Nacional
Popular.
MB // PJA – Lusa –
foto Ana Freitas
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