Centenas
de milhares nas ruas de Hong Kong em marcha pelo sufrágio universal
02
de Julho de 2014, 00:04
Hong
Kong, China, 01 jul (Lusa) - Centenas de milhares de pessoas protagonizaram
hoje uma marcha em Hong Kong
para exigir a democracia plena no território e menos intervenção por parte de
Pequim.
A
polícia estimou em 92 mil o número de participantes na manifestação, com base
no universo de pessoas que deixou o Parque Vitória, o ponto de partida, pelas
19:30 (12:30 em Lisboa).
A
Frente Civil para os Direitos Humanos, que organiza a marcha anual do 01 de
julho, data da transferência de soberania de Hong Kong para a China, ainda não
fechou os números da adesão, de acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong
Kong (RTHK), mas a manifestação é já considerada uma das mais participadas da
história da Região Administrativa Especial.
Prova
disso mesmo é que, cinco horas depois do início da marcha, milhares de pessoas
ainda não tinham deixado o Parque Vitória, o ponto de partida, atendendo ao
elevado número de pessoas.
Johnson
Yeung, da organização, disse que pelo menos 300 mil pessoas aderiram à
iniciativa.
Os
manifestantes, vestidos na sua maioria de branco, não cederam diante de
períodos de chuva e do forte calor, somados à elevada taxa de humidade.
A
marcha foi acompanhada de perto por aproximadamente 4.000 polícias, um
contingente raro para a cidade, cuja população não ultrapassa os oito milhões
de habitantes, onde, aliás, muitos estabelecimentos comerciais localizados nas
zonas por onde passaram os manifestantes optaram por encerrar portas.
Os
organizadores pró-democratas esperavam uma adesão em massa na marcha de hoje,
na ordem de meio milhão de pessoas, o que a transformaria na maior manifestação
da década em Hong Kong ,
desde o protesto de 2003, ano em que saíram para as ruas 500 mil pessoas contra
a proposta de lei relativa à defesa da segurança do Estado, a qual acabaria por
cair.
E
se, normalmente, entre os vários motes, está sempre presente o apelo à reforma
democrática, a manifestação anual de hoje tem este ano novo impulso a esse
nível.
Segue-se
à publicação do "livro branco" de Hong Kong, em que Pequim reafirma o
seu controlo e soberania sobre o território, e ao encerramento, há dois dias,
da votação para o referendo não oficial de dez dias sobre a reforma
democrática, o qual contou com a participação de mais de 780 mil residentes de
Hong Kong.
A
imprensa oficial chinesa atacou, por várias vezes, o referendo informal,
considerando-o ilegal, antipatriótico e motivado pela "paranoia
política".
Um
total de 88% dos que votaram exortou os deputados de Hong Kong a vetarem
quaisquer planos políticos de reforma que não cumpram os "padrões
internacionais".
O
número de participantes no referendo representa quase um quarto dos 3.470.000
eleitores de 2012.
O
referendo, que pedia aos residentes da antiga colónia britânica para escolherem
um de três métodos de eleição do próximo chefe do Governo, em 2017, foi lançado
pelo movimento pró democrata "Occupy Central", nome do distrito
financeiro de Hong Kong.
A
implementação do sufrágio universal figura como o grande "cavalo de
batalha" da ala pró-democrata da antiga colónia britânica.
O
chefe do Governo de Hong Kong é escolhido por um colégio eleitoral formado por
1.200 membros, representativos dos diversos setores da sociedade, dominado por
elites pró-Pequim.
DM
(FV) // VM - Lusa
Mais
de 500 detidos após manifestação em Hong Kong -- polícia
02
de Julho de 2014, 13:31
Hong
Kong, China, 02 jul (Lusa) -- A polícia de Hong Kong deteve hoje mais de 500
manifestantes que se recusaram a abandonar o distrito financeiro de Hong Kong,
após um comício pró-democracia com a participação de centenas de milhares de
pessoas.
As
detenções ocorreram no final da manifestação pacífica na terça-feira, realizada
anualmente por ocasião do aniversário da transição do Hong Kong da Grã-Bretanha
para a China em 1997.
As
autoridades intervieram por volta das 03:00 (20:00 em Lisboa) em Central,
distrito financeiro onde estão concentrados escritórios, bancos e centros
comerciais, com as forças da ordem a dispersarem os manifestantes da marcha de
terça-feira que tinham decidido permanecer no local até de manhã.
A
polícia "deteve 511 pessoas que participaram numa assembleia que não foi
aprovada", disse um porta-voz da polícia à AFP.
Deputados
pró-democratas estavam entre os detidos, informou a imprensa local.
Segundo
a organização, o dia 01 de julho deste ano ficará para a história como o maior
protesto de sempre, com a participação de meio milhão de pessoas.
Estimativas
oficiais indicam a participação de 98.600 pessoas na manifestação de
terça-feira.
Os
manifestantes saíram à rua para exigir a democracia plena no território e menos
intervenção por Pequim, e a implementação do sufrágio universal para a eleição
do chefe do Executivo de Hong Kong, entre outras reivindicações.
O
chefe do Governo de Hong Kong é escolhido por um colégio eleitoral formado por
1.200 membros, representativos dos diversos setores da sociedade, dominado por
elites pró-Pequim.
FV
(DM) // FV - Lusa
Chefe
do Governo de Hong Kong pede à população que não mine prosperidade
01
de Julho de 2014, 17:44
Macau,
China, 01 jul (Lusa) -- O chefe do Governo de Hong Kong, CY Leung, apelou hoje
à população para não fazer nada passível de "minar" a prosperidade da
antiga colónia britânica.
"Somente
através da manutenção da estabilidade de Hong Kong poderemos sustentar a nossa
prosperidade económica", afirmou CY Leung, realçando que a sua
administração está a envidar esforços no sentido de alcançar um consenso
relativamente à reforma política.
"Durante
recentes discussões, membros da comunidade apresentaram diferentes pontos de
vista e propostas sobre a real implementação do sufrágio universal para a
eleição do chefe do executivo. Isso é compreensível e normal numa sociedade
pluralista como Hong Kong", destacou o chefe do Governo da antiga colónia
britânica, prometendo "fazer o máximo" para que seja alcançado um
consenso no seio da sociedade.
O
discurso de CY Leung foi proferido durante as cerimónias oficiais do 17.º
aniversário da transferência da soberania de Hong Kong para a China, as quais
antecedem o arranque da marcha anual de protesto do 01 de julho para a qual é
esperada hoje uma adesão em massa.
Os
organizadores pró-democratas esperam que na marcha de hoje, que arrancou às
15:00 (08:00 em Lisboa) do Parque Vitória, participem meio milhão de pessoas.
A
concretizar-se, este seria o maior protesto da década em Hong Kong , desde a
manifestação de 2003, ano em que saíram para as ruas 500 mil pessoas contra a
proposta de lei relativa à defesa da segurança do Estado, a qual acabaria por
cair.
E
se normalmente, entre os vários motes, está sempre presente o apelo à reforma
democrática, a manifestação anual de hoje tem este ano novo impulso a esse
nível.
Isto
porque se segue à publicação do "livro branco" de Hong Kong, em que Pequim reafirma o
seu controlo e soberania sobre o território, bem como ao encerramento, há dois
dias, da votação para o referendo não oficial de dez dias sobre a reforma
democrática, o qual contou com a participação de mais de 780 mil residentes de
Hong Kong.
A
imprensa oficial chinesa voltou a atacar, na segunda-feira, o referendo
informal, considerando-o ilegal, antipatriótico e motivado pela "paranoia
política".
Um
total de 88% dos que votaram exortou os deputados de Hong Kong a vetarem
quaisquer planos políticos de reforma que não cumpram os "padrões
internacionais".
O
número de participantes no referendo representa quase um quarto dos 3.470.000
registados para votar nas eleições de 2012, num território com mais de sete
milhões de habitantes.
O
referendo, que pedia aos residentes da antiga colónia britânica para escolherem
um de três métodos de eleição do próximo chefe do Executivo, em 2017, foi
lançado pelo movimento pró democrata "Occupy Central", nome do
distrito financeiro de Hong Kong.
O
vice-presidente chinês Li Yuanchao também apelou a um grupo de estudantes de
Hong Kong, que se encontra de visita a Pequim, para proteger a prosperidade e a
estabilidade do Governo apoiando os esforços do Governo relativamente à reforma
política.
De
acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), Li Yuanchao realçou
que a reforma deve ser conduzida em conformidade com as disposições da Lei
Básica (miniconstituição) de Hong Kong e outras decisões relevantes do Comité
Permanente da Assembleia Popular Nacional.
Destacando
que, desde a transferência há 17 anos, Hong Kong se tem mantido próspera e
estável, Li Yuanchao exortou os jovens a "amarrarem o seu próprio
destino" ao do país e ao de Hong Kong.
Tal
como Macau, Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da China com
autonomia administrativa, legislativa e judicial sob o princípio "um país,
dois sistemas"' idealizado pelo antigo líder chinês Deng Xiaoping para a
reunificação chinesa.
DM
(FV) // VM - Lusa
*Título
PG
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