quarta-feira, 2 de julho de 2014

Macau: Herança lusa do “faz-de-conta que está tudo bem”? E Hong Kong tão agitado




Comissão para os Refugiados de Macau com novo vogal seis meses depois

02 de Julho de 2014, 18:59

Macau, China, 02 jul (Lusa) -- Um despacho do chefe do Executivo de Macau, publicado hoje em Boletim Oficial, nomeia um novo representante dos Serviços de Migração na Comissão para os Refugiados, mais de meio ano depois de o anterior se ter aposentado.

O despacho, que entra em vigor na quarta-feira, designa como vogal Cheang Kam Va, chefe do Serviço de Migração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, em substituição de António dos Anjos Fernandes que, como noticiou a agência Lusa no dia 20 de junho, cessou funções, a 12 de dezembro de 2013, em virtude da sua aposentação, pelo que o seu substituto é nomeado mais de seis meses depois.

A Comissão para os Refugiados, estabelecida em 2004 no quadro do Regime de reconhecimento e perda do estatuto de refugiado, é composta por um presidente, função que tem de ser exercida por um magistrado judicial ou do Ministério Público, e quatro vogais.

A lei determina que dois dos vogais são designados pelo Secretário para a Segurança (incluindo um dos Serviços de Migração), um pela Secretária para a Administração e Justiça (com formação jurídica) e um outro pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura (que tem de pertencer ao Instituto de Ação Social), prescrevendo que todos são nomeados por despacho do chefe do executivo a publicar em Boletim Oficial.

Em dez anos, esta foi a terceira mexida na sua composição, depois de, em 2005, Carla Cristina Ribeiro Mendonça, jurista do Gabinete para os Assuntos do Direito Internacional (hoje fundido na Direção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional), ter substituído Armando Morais e de, em 2012, Au Chi Keung, chefe do Departamento da Família e Comunidade do Instituto de Ação Social, ocupado o lugar de Isabel Maria Ho.

Embora no passado Macau tenha figurado como porto de abrigo para milhares de deslocados, atualmente a atribuição do estatuto de refugiado continua a ser como uma miragem no território.

Até setembro de 2011, esse estatuto nunca tinha sido reconhecido na Região Administrativa Especial chinesa e, segundo fontes de organizações não-governamentais ouvidas pela agência Lusa, desde então nada mudou.

A agência Lusa contactou, à semelhança de 2011, o presidente da Comissão para os Refugiados a 20 de junho, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, mas não conseguiu chegar à fala com o delegado do Procurador Ministério Público Kong Chi, pelo que não foi possível confirmar oficialmente essa informação.

Pouco se sabe, aliás, do trabalho desenvolvido pela Comissão para os Refugiados face à ausência de informações, mesmo quando solicitadas pelos meios de comunicação social.

De acordo com dados facultados agência Lusa pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para Hong Kong e Macau, até ao final de maio, as autoridades de Macau tinham em mãos seis pedidos de asilo.

DM // APN - Lusa

Macau aprova salário mínimo para trabalhadores da limpeza e segurança de edifícios

01 de Julho de 2014, 22:12

Macau, China, 01 jul (Lusa) - Cerca de três euros por hora é o valor que os trabalhadores de limpeza e de segurança na administração de edifícios em Macau vão receber de salário mínimo, segundo uma proposta de lei aprovada hoje.

Os trabalhadores das áreas da limpeza e segurança nos condomínios vão passar a auferir 240 patacas (21,6 euros) por cada oito horas de trabalho ou 6.240 (562,5 euros) por mês, devendo o salário mínimo ser revisto anualmente e atualizado conforme o desenvolvimento económico.

A proposta de lei foi aprovada unanimemente na generalidade, mas sob críticas de deputados que consideraram que a fixação de um salário mínimo para a limpeza e segurança nos imóveis vai aumentar a inflação e que os serviços prestados por estas empresas podem encarecer significativamente e conduzir a falências, além de gerarem impactos negativos noutras áreas da economia.

O diploma tem por base um estudo da Universidade de Macau encomendado pelo Governo e opiniões recolhidas durante o processo de consulta pública.

O executivo, que estuda a matéria desde 2007, justificou a proposta de lei com os baixos salários dos trabalhadores da limpeza e de segurança de edifícios.

Durante o debate no plenário de hoje, o secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, disse que esta proposta de lei constituía o primeiro passo para se atingir um salário mínimo para todos os setores de atividade.

O diploma terá de ser aprovado na especialidade, e só entra em vigor 180 dias após a data de publicação, ou seja, já em 2015.

Já o Processo especial de tutela da personalidade do trabalhador, projeto de lei submetido pelo deputado Pereira Coutinho, e justificado com a necessidade de proteção dos diretos dos assalariados, não passou a fase da generalidade.

FV // APN - Lusa

Nova operadora de autocarros de Macau entrou hoje em funcionamento

01 de Julho de 2014, 19:17

Macau, China, 01 jul (Lusa) -- A nova operadora de autocarros de Macau entrou hoje em funções, assumindo a exploração dos serviços de autocarros prestados pela falida Reolian, que foram adjudicados por ajuste direto em vez de um concurso público.

O contrato de serviço público de transportes coletivos rodoviários de passageiros, celebrado entre o Governo de Macau e a Nova Era, é válido por três anos.

Com a entrada da "Macau Nova Era", a Nam Kwong reforçou a sua posição no setor dos transportes públicos em Macau, dado que já detém a "Sociedade de Transportes Coletivos de Macau" (TCM), um dos atuais prestadores de serviço público de transporte coletivo.

A estatal chinesa, através da "Macau Nova Era de Autocarros Públicos, S.A.", assumiu o património da falida Reolian, sucedendo-lhe agora na exploração dos serviços de 27 carreiras de autocarros.

A Reolian (que era participada pela francesa Veolian) entrou em outubro do ano passado com um pedido de falência devido à sua situação financeira, que atribuiu, pelo menos parcialmente, ao Governo de Macau, e foi declarada falida a 04 de dezembro.

Na sequência da falência, "tendo em conta o interesse público e a fim de assegurar a continuação ininterrupta dos serviços de autocarros e garantir o emprego e os direitos e interesses dos trabalhadores", o Governo assumiu a gestão das rotas de autocarros.

No final de março, o Tribunal Judicial de Base autorizou a prorrogação da locação de bens da Reolian, por três meses, ou seja, até ao final de junho.

DM (JCS) // APN

*Título PG

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