quarta-feira, 2 de julho de 2014

ONG timorense preocupada com indisciplina nas forças de segurança




Díli, 02 jul (Lusa) - A organização não governamental (ONG) timorense Fundação Mahein acusou hoje as forças de segurança de preguiça e indisciplina, afirmando-se preocupada com a possível perda de confiança do público na sua polícia.

Em causa estão dois incidentes ocorridos a semana passada e que, segundo aquela ONG, "mostram a crescente disfunção das forças de segurança entre si e para com o povo" de Timor-Leste.

Segundo a Fundação Mahein, o primeiro incidente ocorreu sexta-feira num centro comercial de Díli quando um homem visivelmente perturbado e com uma corrente na mão danificou algumas lojas e ameaçou várias pessoas.

"A polícia, depois de o deter por um breve período de tempo deixou-o sair em liberdade, dando como explicação que tinha problemas mentais, estava sob o efeito de drogas e era filho de um comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL)", refere a Fundação Mahein.

"Este incidente sugere que a PNTL se tornou preguiçosa para fazer o seu trabalho, mesmo com um caso com várias testemunhas e vítimas, que poderiam ter testemunhado contra o suspeito. A última desculpa dada pela polícia foi que o suspeito era filho de um comandante, o que confirmou o que muitos de nós já suspeitávamos: que a justiça depende de quem se conhece ou com quem se está relacionado", salienta a organização.

O segundo incidente, refere a Fundação Mahein, ocorreu também sexta-feira na sede do Batalhão de Ordem Pública (BOP) da PNTL quando "oficiais subalternos atacaram oficiais superiores num colapso muito sério da disciplina e da hierarquia do batalhão".

"Acreditamos que esta indisciplina na BOP é uma causa direta da cultura da violência para resolver questões", sublinha a organização.

Para a Fundação Mahein, a principal consequência daqueles dois incidentes é a quebra de confiança entre o público e as organizações do setor de segurança e, por isso, recomenda que os dois sejam resolvidos o "mais rapidamente possível para evitar qualquer erosão da confiança".

A organização recomenda também que sejam realizados inquéritos internos aos incidentes e que os envolvidos sejam punidos.

MSE // APN - Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana